quinta-feira, 28 de março de 2019

a ficha

Um, dois anos após decidir e encarar que teria uma marca, que ninguém seria mais dono das minhas horas, sigo inconstante: esse caminho que escolhi para variar foi um dos mais difíceis. Minha alma rebelde não me deixa fazer coisas obvias e simples, não me deixa sentar num escritório todos os dias e levantar as 18 quando acaba o expediente, resistência a disciplina é quem me leva para onde estou e também para onde gostaria de estar. Claro não estou onde gostaria de estar : fruto das escolhas que tive. 

Aqui tudo é desconfortável: minha mãe reclamando e se lamentando em todos os cafés da manhã que tomamos juntas, gostaria que ela fosse feliz e livre e não se ocupasse tanto com problemas que não são dela, mas essa é uma escolha dela e cada um com a sua. meu ouvido segue aberto, e eu sigo com vontade de ir embora daqui. não que isso vá mudar a realidade dessa casa, mas vai mudar a minha e é sob isso que tenho domínio.

O dilema aqui são vários, a dualidade aparece nas coisas mais simples e não sei como mudar, ou como ter certeza das coisas, ou como ser rápida avaliando todos os prós e contras. Meu tempo é outro, é ouro.  namoro ou não namoro? essa duvida gera outra duvida: isso que eu vivo, é um namoro ou um lugar confortável para se estar? hoje percebi que ele não está muito aí para meus sentimentos, por mais que pareça ruim, preciso e prefiro a realidade, tantos anos na ilusão e onde estou. não quero mais. Me ofereci para visita-lo, ele não quis. queria ver uma foto da fazenda, ou dele, ou falar no face time, ou mesmo falar usando uma linha telefônica que não corte todas as frases: hoje falamos através do whatsapp que não faz nada além de testar minha paciência e me irritar, cortando as frases, me fazendo repetir a mesma coisa 5 vezes. me irrito, claro. Hoje não temos conversa, não sei se está magro, gordo, loiro ou de cabelo branco, não sei se a vida dele é como ele diz ser. Segundo ele devo confiar: apesar desse ser o lema da bandeira do meu estado não vejo sentido. Confiar cegamente já fiz e nunca vou esquecer de onde isso me levou. Seria confortável crer e esperar ou melhor: Trabalha e confiar. essa duvida, rege as outas, essa realidade muda tudo e eu não sei qual ela é. Ele trata tudo com tanta superficialidade  e crê que dizer "vai ficar tudo bem" resolve algo. Ele não está entendendo nada por mais que já tenha desenhado com detalhes. Eu sei que ele é mais inteligente que essas frases prontas que diz: e por isso espero mais um bom dia todo dia. 

A falta do dinheiro deprime, gosto de comer fora porque aqui não tem muita opção e esse é um problema só meu. Minha amiga que vem opinar e despejar uma serie de achismo e percepções que são dela, mas são sobre mim. falamos sobre julgar, ela não entendeu. Se me coloco para baixo, preciso de ajuda terapêutica e não de alguém para dizer que estou fazendo errado.

Quando fico em paz é porque escolhi estar, decido por instantes esquecer que minha vida está pior que minha cômoda : totalmente bagunçada, sem coerência e com algumas roupas sujas perdidas lá dentro. Soco tudo dentro da gaveta e fecho, de fora parece organizadíssimo, mas não passa de uma percepção superficial, não se acha nada lá. mas visualmente me conforta, então sigo para mais um dia. 

sobreviver. 
sobre viver 
sob reviver 

que minha mente se ilumine para o caminho do bem, que me aproxime das pessoas que acrescentam e que entenda a necessidade de estar aqui e agora para evoluir.